Poesia, música e reencontros marcaram a noite da primeira edição do CREArte, com o lançamento do livro Coisas do Roçado, do engenheiro civil e poeta Antônio Carlos Matos de Oliveira. O projeto cultural, que teve início nesta quarta-feira (24), na sede do Crea-RN, visa promover a cultura entre os profissionais do sistema Confea/Crea-RN/Mútua-RN do Estado.
A Conselheira Federal do Confea, Ana Adalgisa, em nome do presidente Roberto Wagner, deu as boas-vindas a todos e falou da importância do projeto. “Esse espaço é dedicado a mostrar o outro lado das engenharias, da agronomia e das geociências, que vão muito além dos cálculos. Gostaria de agradecer a Antônio Carlos, por ter trazido o lançamento do seu livro para cá. Nosso intuito é que os profissionais possam expor as suas artes, seus livros, suas músicas e suas obras”, explicou Ana Analgisa.
O evento contou ainda com a participação da ex-presidente do Crea-RN, Zelia Maria Santos, do ex-vice-presidente, Manoel Cavalcanti Neto, do diretor-geral da Mútua-RN, Márcio Dantas, além de autoridades, amigos e demais profissionais do sistema.
Coisas do Roçado
O livro Coisas do Roçado é o segundo da trilogia pensada por Antônio Carlos, que ainda inclui o primeiro livro, intitulado “Coisas do Matuto”, e “Coisas da Cidade”, que será o seu próximo lançamento.
Na sua segunda obra, o autor pretendeu registrar os hábitos e as experiências do sertanejo em forma poética, utilizando a linguagem de um povo que sempre contou com a arte e a fé para enfrentar e superar as dificuldades do cotidiano. “Coisas do roçado” é, portanto, o modo de vida do povo do sertão, o seu modo de produção, tudo que é seu sustento do corpo, da alma e do coração. É todo o seu território, seu espaço tangível e intangível, é seu alento e a sua vida na sempre renovada esperança de dias melhores.
Sobre o Autor
Antônio Carlos Matos de Oliveira nasceu em Iguatu (CE), em 1955. Migrou em 1968, para o Rio Grande do Norte e fixou residência na cidade de Assú, “terra dos poetas”, onde descobriu a afinidade com a poesia, ensaiando ali os primeiros passos na arte de escrever em versos. Perspicaz observador da figura do sertanejo, ouvia com atenção os relatos sobre sua vida de aventuras, que descrevia usando a linguagem própria do matuto, em primorosa rima. Na década de 1970, volta ao Ceará, para fazer o curso de engenhara civil e, mesmo envolvido no mundo das ciências exatas, continuou alimentando a veia poética, logrando êxito, com alguns poemas premiados.
Concluiu o curso de engenharia civil em 1979 e partiu para a Europa, onde fez especialização e mestrado na Universidade de Louvain-la-Neuve, na Bélgica. Ao retornar ao Brasil, volta a morar em Natal, no Rio Grande do Norte, abraçando o universo da construção civil. Enveredou ainda pela vida acadêmica, tornando-se professor e pesquisador na Universidade Potiguar pelo período de 14 anos.