Crea-RN discute Feminicídio na Semana da Mulher

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Por CREA-RN em 10/04/2019 às 11:49

Com o tema “Crea-RN contra o Feminicídio”, o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Rio Grande do Norte reuniu, nesta quinta-feira (7), servidoras, conselheiras e convidados para celebrar o Dia Internacional da Mulher e discutir o tema que preocupa autoridades e a sociedade devido ao número crescente de crimes contra a mulher.

Segundo o Atlas da Violência 2018 do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), dos 22.918 estupros registrados nos hospitais do Brasil, 4.088 foram no Rio Grande do Norte e procuraram o hospital, mas somente 206 denunciaram o crime na delegacia. “É importante deixar o alerta de que é importante as mulheres irem às delegacias, às promotorias e fazer as denúncias contra seus agressores, pois a violência só aumenta”, ressaltou a promotora de Defesa da Mulher, Érica Canuto, uma das palestrantes do evento.

A promotora explica que momentos como este desperta em algumas pessoas a necessidade de falar da situação que está enfrentando em casa ou no local de trabalho para alguém. “O Crea-RN debater um tema como Feminicídio mostra a preocupação com as relações de trabalho, com a cultura machista, com a violência doméstica, porque isso é uma forma de despertar”, afirmou Érica Canuto que elogiou a participação dos homens na palestra. “Fiquei impressionado com os dados e com os exemplos apresentados. Esse é um assunto que precisamos nos unir para que os casos não fiquem impunes”, disse o profissional de fiscalização do Crea-RN, Heulysson Arruda.

Ana Adalgisa Dias, presidente do Crea-RN, afirmou que o Feminicídio é um tema que atinge todas as classes socioculturais e que as mulheres podem e devem ocupar seus locais na sociedade e mercado de trabalho. “O Crea-RN defende os profissionais da engenharia, agronomia e das geociências, mas também tem que defender temas de interesse da sociedade e o Feminicídio é um deles”, destacou.

Com o intuito de garantir o cumprimento de medidas protetivas de urgência, realizar visitas às mulheres vítimas de violência, entre outras ações, a Patrulha Maria da Penha (Lei nº 461/2017) foi criada na capital potiguar, porém ainda aguarda regulamentação. O projeto é da vereadora Júlia Arruda que também participou do evento. “Quero parabenizar o Crea pela iniciativa de realizar um debate importante sobre o Feminicídio , falar sobre o papel da mulher e abordar a criação de políticas públicas”, disse.