Engenharia de Pesca preocupada com intervenção contra embarcação brasileira

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Por CREA-RN em 27/11/2018 às 04:08

Brasília, 26 de novembro de 2018

Maior produtor de atum do país, o Rio Grande do Norte sofreu um ataque, na última quinta-feira (22), quando o barco atuneiro Oceano Pesca I, que estava embarcado havia 11 dias, teria sido atingido propositalmente pelo navio chinês Chang Rong 4, a 676 quilômetros da costa potiguar, em águas internacionais. “De dezembro a abril é onde existe o melhor período de captura, quando trabalhamos ao lado de barcos chineses o tempo todo”, declarou à Rede Globo o empresário Everton Padilha, dono da embarcação. “Engenheiros de pesca de todo o país estão mobilizados para cobrar providências”, informa Eliseu Augusto de Brito, Presidente da Federação Nacional dos Engenheiros de Pesca – Faep-BR.

“Estamos acompanhando bem de perto, agora mesmo estou participando de uma reunião da Coordenadoria Nacional de Câmaras Especializadas de Agronomia, em Curitiba. Conversei com o presidente e estamos definindo ações. Temos profissionais nossos dentro desse tipo de embarcação, que atuam diretamente na atividade de pesca e juntamente com o mestre no comando da embarcação. Nesse caso, não havia. E temos profissionais em terra, que trabalham na preparação das navegações, além de todo o pessoal que está fazendo pesquisa, estudantes e professores da área, que volta e meia embarcam. Estamos contemplando vagas para engenheiros de pesca nesse momento. Por todos esses motivos, estou indo amanhã para Brasília com o nosso posicionamento”, diz o líder da entidade que representa cerca de dois mil engenheiros de pesca do país.

A Resolução nº 279/1983 aponta a habilitação da Engenharia de Pesca como pertencente ao Grupo Agronomia, definindo atribuições “referentes ao aproveitamento dos recursos naturais aquícolas, a cultura e utilização da riqueza biológica dos mares, ambientes estuarinos, lagos e cursos d’água; a pesca e o beneficiamento do pescado, seus serviços afins e correlatos”.

Guerra do Atum

Com prejuízos estimados em R$ 500 mil reais apenas para recuperar o barco, durante quatro a seis meses, justamente no melhor período de captura na área, o barco precisou antecipar para este sábado (24) o retorno, previsto para o início de dezembro, com 10 tripulantes do Rio Grande do Norte, do Pará e do Ceará. De acordo com depoimentos do proprietário, eles só não morreram, em decorrência da camada térmica de poliuterano, usada para refrigerar o pescado, já que o casco da embarcação sofreu avarias. A Capitania dos Portos do Rio Grande do Norte deverá apresentar um laudo pericial em até 90 dias.

Danos na parte superior do Oceano Pesca I

Danos na parte superior do Oceano Pesca I