Nesta segunda-feira (2), o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Rio Grande do Norte (Crea-RN) sediou o primeiro debate no rádio entre os candidatos à Prefeitura do Natal. O evento, que foi promovido pelas rádios 98 FM e Jovem Pan Natal, emissoras do Grupo Dial Natal, contou ainda com a participação do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Rio Grande do Norte (Cau/RN) e da Federação das Indústrias do Estado do RN (FIERN).
Os candidatos presentes foram Natália Bonavides (PT), Paulinho Freire (União) e Rafael Motta (Avante).
Além de sediar o debate, que aconteceu em sua sede administrativa, a participação do Crea-RN foi marcada pela elaboração de uma pergunta para um dos candidatos, que foi respondida por Nathália Bonavides, após sorteio.
Pergunta do Crea-RN:
“Considerando que o desenvolvimento e a sustentabilidade do município necessitam de profissionais das engenharias, agronomia e geociências para superar os desafios urbanos como, por exemplo, saneamento, mobilidade e iluminação pública, de que maneira sua gestão pretende executar ações a partir do atual plano diretor?”
Resposta de Nathália Bonavides:
“Primeiro queria parabenizar o Crea-RN pela participação, que está sendo não só através desta pergunta, mas também cedendo o espaço onde nós estamos agora realizando o debate. O Crea tem tido um papel fundamental nos debates legislativos como um todo, que dizem respeito às obras, às carreiras da engenharia e entre outros temas tão importantes.
Esse tema eu gostaria de dividir em duas partes porque, na primeira, se fala sobre a participação dos engenheiros e dos arquitetos no sistema público de Natal e o que a gente sabe, é que os engenheiros que são servidores públicos municipais são extremamente desvalorizados. Nós temos órgãos como a Seinfra, por exemplo, que tem um déficit tão grande de engenheiros, que não existe sequer engenheiro suficiente para fiscalizar obras. Eles vão em seus próprios veículos, utilizam os seus próprios computadores, porque o desmonte do serviço público, não só nesse setor, mas em tantos outros, em tantas outras secretarias, é uma questão real. Então, em relação a essa primeira parte, eu queria trazer aqui o nosso compromisso, não só com os engenheiros que são servidores públicos, mas com servidores públicos no geral, de que o tema da valorização do trabalho, das condições de trabalho, do pagamento do que lhes é devido e que, desde Carlos Eduardo, continuando em Álvaro Dias, vocês só conseguem obter via judicialização, esse é um tema que vai ser prioridade, porque quem presta serviço público é quem materializa os direitos aos quais as pessoas tem acesso.
E sobre o tema do Plano Diretor, nós vemos que a participação da engenharia e da arquitetura também será fundamental porque, em vários aspectos, o Plano Diretor delegou a uma legislação, a uma normatização posterior, como vai ser aquele esmiuçamento do que o Plano Diretor prevê. E, ao contrário do que fez a última gestão, nós não vamos fazer isso de forma autoritária e sem debate. Nós vamos chamar o Crea para fazer o debate”
A pergunta formulada pelo Crea-RN reflete a preocupação com a necessidade de um planejamento urbano que equilibre os interesses ambientais, técnicos e econômicos. Em um contexto de crescimento contínuo e desafios urbanos, é crucial que as políticas públicas sejam elaboradas com a contribuição dos profissionais de engenharia, agronomia e geociências, para garantir soluções eficazes e sustentáveis. O presidente do Crea-RN, Roberto Wagner, falou da importância de trazer para dentro do Conselho esse tipo de debate. “Tivemos um momento extremamente produtivo, onde pudemos tratar sobre compromissos e propostas dos candidatos à prefeitura de Natal sobre mobilidade urbana, infraestrutura e desenvolvimento sustentável. E tudo isso, dentro da nossa casa, a casa da engenharia”.