Representantes do Crea-RN participam do 2º Encontro Nacional de Assessorias Parlamentares

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Representantes do Crea-RN participam do 2º Encontro Nacional de Assessorias Parlamentares

Com participação de assessores parlamentares de todo o Sistema, Enapar amadureceu as discussões sobre a temática em sua segunda edição
Com participação de assessores parlamentares de todo o Sistema, Enapar amadureceu as discussões sobre a temática em sua segunda edição

Brasília, 23 de junho de 2022.

O diretor administrativo do Crea-RN, Giovanni Marques, e o assessor parlamentar institucional, Pablo Ruyz Aranha, participaram do 2º Encontro Nacional de Assessorias Parlamentares do Sistema Confea/Crea e Mútua, realizado nos dias 22 e 23 de junho, no Confea. Coordenado pelos assessores parlamentares do Confea Denise Castro, Walter Bittar, Guilherme Cardozo e José Maria Soares, o evento reuniu representantes das assessorias parlamentares dos 27 estados e contou com as participações do presidente em exercício do Confea, eng. civ. João Carlos Pimenta, do superintendente de Integração do Sistema, eng. civ. Osmar Barros Júnior, de conselheiros federais, de presidentes de Creas e ainda de representantes do Colégio de Entidades Nacionais (Cden) e das coordenadorias de câmaras especializadas.


“Eu gostaria de enaltecer a importância da assessoria parlamentar em qualquer organização, seja pública ou privada ou estatal. O destino das empresas, das pessoas, está sujeito à lei. E as leis estão ali, no Congresso Nacional. O tempo de tramitação de um projeto de lei nunca é tão rápido. O setor interessado tem que acompanhar. Lobby era considerado desonesto, mas é legítimo acompanhar os interesses de quem você representa. Temos aqui representantes dos 27 estados, nosso Sistema tem que agir em uníssono, coordenado. A única forma de conseguirmos isso é reunir. Eu sempre participei do Sistema, cheguei a presidir o Sinduscon-DF e acompanhei a nova Lei de Licitações que já está em vigor. Enquanto presidente do Sinduscon, acompanhei e tive algumas dificuldades. Tinha comissões sem nenhum parlamentar do Distrito Federal. Espero que a gente possa colher os resultados nesse e nos próximos encontros, já que a atividade parlamentar não tem fim: ela vai embora e a gente tem que acompanhar”, discorreu o presidente em exercício do Confea.

Diretor administrativo e o assessor parlamentar e institucional do Crea-RN, Giovanni Marques e Pablo Ruyz Aranha, respectivamente
Presidente em exercício do Confea, eng. civ. João Carlos Pimenta
Presidente em exercício do Confea, eng. civ. João Carlos Pimenta


Superintendente de Integração do Sistema, o eng. civ. Osmar Barros Júnior considerou que “em ano de eleições gerais, este Encontro vem tratar da atuação estratégica nas relações governamentais e pretende traçar um plano estratégico para o futuro. Parabéns à equipe da Apar pela escolha dos temas. Teremos dois dias de trabalhos pesados, mas com resultados satisfatórios”.

Superintendente de Integração do Sistema, eng. civ. Osmar Barros Júnior
Superintendente de Integração do Sistema, eng. civ. Osmar Barros Júnior


Presidente do Crea-PI e coordenador do Colégio de Presidentes, o eng. agr. Ulisses Filho comentou que “no passado, o Confea teve dificuldade de trabalhar junto ao setor legislativo. Este fórum tem uma importância fundamental não só de monitorar, mas de traçar estratégias de ação. Além disso, forma uma rede nacional de comunicação, que contribui para a agilidade na informação do que está acontecendo nos estados”.

Conselheira federal Michele Ramos
Conselheira federal eng. mec. Michele Ramos

Já a conselheira federal eng. mec. Michele Costa Ramos, representando o plenário, argumentou que “este encontro vem para que possamos fazer um alinhamento. É importante que vocês absorvam bastante o que a equipe tem a oferecer e que saiamos com mais disposição para fazer um sistema melhor”.

Conselheiro federal eng. eletric. Genilson Pavão
Conselheiro federal eng. eletric. Genilson Pavão

O conselheiro federal eng. eletric. Genilson Pavão afirmou a necessidade de viabilizar em todos os regionais a figura do assessor parlamentar. “Que neste evento, os regionais vejam a assessoria parlamentar como um investimento. É prefeitura querendo contratar profissional fora do Salário Mínimo Profissional, veterinário sendo convidado para assumir Secretaria de Obras. Essas questões poderiam ser sanadas por meio de uma Apar, antes mesmo de chegar a termos judiciais, atuando com o lobby necessário para aproximar com o regional, e se ele precisar de apoio com o Federal”, diz.

Coordenador do Colégio de Entidades Nacionais (Cden), eng. civ. Vanderli Fava
Coordenador do Colégio de Entidades Nacionais (Cden), eng. civ. Vanderli Fava

 
Coordenador do Colégio de Entidades Nacionais, o engenheiro civil Vanderli Fava comentou que o tema já foi tratado algumas vezes no Cden, mas não de forma tão objetiva. “Precisamos mostrar a necessidade dessas ações parlamentares e de fatores como a logística para municia-las. “A democracia se sustenta com a sociedade civil organizada cobrando de todos os escalões governamentais. Temos que sair da ideia do diagnóstico para sermos propositivos”, disse, parabenizando pela realização do evento.

Presidente do Crea-RN, eng. civ. Ana Adalgisa
Presidente do Crea-RN, eng. civ. Ana Adalgisa

Presidentes de Creas
A presidente do Crea-RN, eng. civ. Ana Adalgisa, que não pôde participar pessoalmente, destacou a importância dessa atuação nacional e nos Creas que estão criando suas assessorias parlamentares. Ela considerou que “o Sistema não consegue mais evoluir sem estar com a parte política acionada. Precisamos saber dos políticos e saber política. As leis passam nas assembleias, câmaras. Temos que nos mostrar para a sociedade. Só vamos ser grandes quando a sociedade perceber a nossa importância e assim a classe política também perceber para que nos convidem para participar dos debates e da elaboração da legislação que gera o desenvolvimento do Brasil. Somos o maior conselho profissional do mundo, e a gente precisa dialogar e aparecer mais. Eventos como esse fazem com que a gente possa ampliar a nossa capacidade de conhecimento e também de convencimento da classe política”, definiu.

Presidente do Crea-RS, eng. amb. Nanci Walter
Presidente do Crea-RS, eng. amb. Nanci Walter

Foi apresentado em seguida um vídeo institucional do Crea-RS, registrando as principais ações do regional ao longo dos últimos anos. Em seguida, a presidente do regional, eng. amb. Nanci Walter, destacou que o Café & Política (evento realizado no Encontro de Líderes Representantes do Sistema, no início do ano) deverá ter uma versão no Rio Grande do Sul. Destacou o enfraquecimento da representatividade do regional nos anos anteriores, devido a problemas institucionais. “Temos que fazer também o resgate da imagem do Crea”. Citou ainda que a Proposta de Lei Complementar 39/2020 que tramitou “a passos largos” na Assembleia Legislativa gaúcha, chegando a passar pela Comissão de Justiça, quer fragilizar a Lei Kiss.
 
“Querem trazer para a legislação do Estado para que os técnicos de nível médio possam também fazer PPCI, com possíveis reflexos federais. Passou em todas as comissões, mas no ano passado, levamos a uma discussão que tramitou em uma última comissão e também perdemos. Mas agimos fortemente visitando deputados nos gabinetes, desde fevereiro. Esse projeto foi para a ordem do dia, mas nós conseguimos virar o jogo indo à mídia. Fizemos o movimento do capacete branco para chamar a atenção. Precisamos nos mobilizar. E lá o pessoal ainda estava muito apático”, disse, acreditando na reversão do andamento da proposta.

Segundo a presidente do Crea-RS, o Regional protagonizou uma ação conjunta com outras entidades. “Precisamos deixar as diferenças de lado com todas as entidades, agindo fortemente com o Senge e o CAU-RS, Instituto dos Arquitetos do Rio Grande do Sul. Não temos uma formação para isso, mas precisamos sair dos nossos gabinetes dos conselhos e fazer a visita aos vereadores e deputados, incentivando mesmo os conselheiros e representantes das entidades de classe. Não adianta a Apar do Confea fazer uma mobilização como a do ano passado que reverteu a Medida Provisória 1040, se de lá para cá não tivermos continuidade nessas ações. O nosso desafio é mais de comunicação e buscar quem realmente quer agir. Cabe a nós tentar passar essa mobilização. Precisamos que a gente tenha menos uma ação judicial do Sistema.  Os deputados falam que o pessoal da Engenharia não costuma visitá-los”, afirmou. 

Presidente do Crea-DF, eng. civ. Fátima Có
Presidente do Crea-DF, eng. civ. Fátima Có


A presidente do Crea-DF, eng. civ. Fátima Có, parabenizou a valorização do acompanhamento parlamentar. “Sempre deixamos a desejar, até mesmo com essa falta de noção de estarmos sempre envolvidos com a política profissional, e não com a política partidária que traz a nossa realidade. Estamos com quatro representantes afastados para candidaturas políticas. A gente vê o quanto isso é importante, mas gostaria que a gente não ficasse muito a reboque, a gente está sempre atrás do que outros fizeram. A gente precisa encher uma prateleira com projetos nossos voltados à Engenharia em si, tendo propostas do Sistema. Que façamos bons projetos e busquemos atores que possam assumi-los”, conclamou. 

Presidente do Crea-AP, eng. civ. Edson Kuwahara
Presidente do Crea-AP, eng. civ. Edson Kuwahara


Presidente do Crea-AP, o engenheiro civil Edson Kuwahara (Crea-AP) comentou que substituía o coordenador do Crea-Norte, Daniel Iglesias. Citou que em 2014, com dificuldades para receber faturas do Estado, conversou com o presidente José Sarney, que disse que nunca havia sido procurado pelo Crea em 24 anos. “O que a presidente Nanci falou é verdade. Doeu demais, mas é verdade. Sempre fui relutante em estar do lado da classe política que tem outros objetivos, diferentes dos nossos. Agora, temos o costume de ir ao parlamentar. Quando pudermos trazer conselheiros dos nossos estados, vamos trazer, mas as caravanas precisam ser mais representativas”.

Presidente do Crea-SE, eng. civ. Jorge Silveira
Presidente do Crea-SE, eng. civ. Jorge Silveira


O engenheiro civil Jorge Silveira, presidente do Crea-SE, considerou que o novo formato implantado na assessoria parlamentar do Confea “deu uma virada” e colocou pessoas que atuam para ajudar o Sistema. “O presidente Joel mudou esse formato, e tem dado certo. Estamos não só nos defendendo, mas também atacando as entidades que nos afrontam. É difícil levar a questão técnica”. Comentou ainda que fez o Café e Política no seu estado. “Deu resultado. Inclusive, a gente acatou sugestões dos parlamentares. O resultado é melhor conversando lá na segunda-feira do que vindo aqui”, disse, parabenizando pelo novo formato da atuação parlamentar do Confea.

Coordenador do Colégio de Presidentes, eng. civ. Ulisses Filho
Coordenador do Colégio de Presidentes, eng. civ. Ulisses Filho


Já o presidente Ulisses Filho (Crea-PI), coordenador do Colégio de Presidentes, citou uma atuação parlamentar estadual e destacou a participação do Sinduscon. “Temos que ser flexíveis. Não podemos ser radicais para que as propostas sejam encampadas por mais parlamentares. Temos que compreender o universo com que estamos dialogando, sem comprometer a questão técnica. Há diversos caminhos. A ação parlamentar é o ato dialogar, acima de tudo”.

Assessor parlamentar do Confea José Maria Soares
Assessor parlamentar do Confea José Maria Soares

Empenho e resultados 
O assessor José Maria Soares agradeceu o empenho dos presidentes de Creas que conseguiram constituir assessorias parlamentares, o que permitiu essa interação. “Já é o segundo Enapar, e essa mobilização deu resultados no Café & Política, realizado no Encontro de Líderes Representantes do Sistema, no início do ano. Avaliar os resultados do Café & Política, ouvir as dificuldades ao longo do processo e entender as dinâmicas e as melhorias a serem incorporadas é o objetivo deste novo encontro”, relatou, agradecendo o empenho e a mobilização realizada pela presidente do Crea-RN, eng. civ. Ana Adalgisa, no primeiro Encontro e no Café & Política.

José Maria acrescentou que há necessidade de o Sistema ser propositivo. “Éramos até pouco tempo muito reativos”, disse. “Acho pertinente que a assessoria parlamentar seja comunicada das visitas a parlamentares para alinhar os projetos que esses mesmos parlamentares tenham e em quais é possível evidenciar como aderentes às pautas deles, mostrando os projetos que eles atuam e oferecendo subsídios. Via de regra, tem-se ido de mãos vazias, não levando nenhum tipo de proposta. A interlocução pode ser muito mais ativa. Temos um sistema informatizado que nos permite visitar os parlamentares com essas propostas. Deixamos de ficar presos a uma proposta apenas. Outra coisa é que o Sistema está aprendendo a negociar, fazer a composição. Nem sempre tem a percepção de ceder e de incorporar algumas questões”, considerou.

Assessora parlamentar Denise Castro
Assessora parlamentar Denise Castro

A assessora parlamentar Denise Castro disse que os assessores presentes têm protagonismo nas ações da área. “Precisa desse apoio dos regionais onde há o relacionamento com as bases e é possível dialogar e propor as soluções técnicas. Dois aspectos onde houve avanços: a rede de relacionamentos, onde o Café & Política mostrou a importância do setor, e a expertise técnica para discutir as pautas, que são importantes para o desenvolvimento regional e nacional”. 

Denise mencionou que, após o Café & Política, o Sistema procurou parlamentares para oferecer subsídios e muitos disseram que os Creas estão oferecendo essas contribuições. “Há uma lacuna técnica para projetos do governo federal e para a atuação dos parlamentares. O que falta é a gente alinhar estrategicamente para que consigamos alcançar essas ações. Juntos somos mais fortes. Esse reconhecimento das profissões da Engenharia e da Agronomia vai acontecer e a grande ponte para que isso aconteça são os assessores parlamentares”.

Assessor parlamentar Guilherme Cardozo
Assessor parlamentar Guilherme Cardozo

Também assessor, Guilherme Cardozo considerou que a grande missão da atuação das assessorias parlamentares é trazer a renovação. Segundo ele, o CNP está completando 30 anos, quando a capacidade de mobilização do Sistema era maior. “Estamos perdendo esse espaço, mas estamos com um trabalho forte nas assessorias parlamentares para sermos ouvidos. Nós é que detemos essa expertise técnica e que vamos levar através das assessorias em diálogo com as coordenadorias de câmaras e outros fóruns. É importante alinharmos, desde o Oiapoque ao Chuí. É importante para que essa massa do Sistema repercuta principalmente perante a sociedade que precisa sentir e ver a importância das nossas profissões para o desenvolvimento do país”.

Assessor parlamentar Walter Bittar
Assessor parlamentar Walter Bittar

Outro integrante da assessoria parlamentar do Confea, Walter Bittar comentou que a realidade de atuar reativamente é natural pelo estado atual de institucionalização das assessorias parlamentares. “Estamos apenas no segundo encontro. Estamos ainda incipientes de uma estrutura não só no Confea, como nos Creas. É um processo natural. Até mesmo na iniciativa privada, onde essa diretriz nasceu em 2004, esse processo demanda tempo. Existe a cultura nas empresas que precisa ser modificada. Aqui também é difícil mudar a nossa cultura”, comentou. 

Cenário e comunicação
Walter Bittar acrescentou que, no primeiro Enapar, foi desenvolvida uma análise de cenário do Sistema Confea/Crea e Mútua para a sociedade e as instituições políticas. “Ainda temos pouca visibilidade para a sociedade, em relação a outros conselhos. Entendemos qual é a nossa situação. Instituir uma assessoria por si só não vai ter resultado. Precisamos melhorar a imagem institucional do Sistema, por isso, a nossa realidade é reativa. Outra questão é sobre o capital político. O parlamentar quer a mobilização do estado dele”.

Assessores parlamentares do Confea Walter Bittar, José Maria Soares, Denise Castro e Guilherme Cardozo
Assessores parlamentares do Confea Walter Bittar, José Maria Soares, Denise Castro e Guilherme Cardozo


Segundo o assessor, a atuação parlamentar requer todo um planejamento estratégico institucional, relacionado à comunicação, ao marketing. “A tendência é que a área de relações institucionais esteja trabalhando com comunicação e marketing. Precisamos pensar na imagem institucional como um todo. No último Colégio de Presidentes, os presidentes estavam preocupados com a imagem do Sistema. Precisamos entregar respostas, o que é um problema de comunicação. Então, pela primeira vez, os presidentes viram a realidade e se mostraram dispostos a mudar. Essa é uma questão de décadas que está assim. E enfrentar e mudar essa realidade é de fato difícil, mas é preciso assumir esse compromisso”.

Os debates sobre a análise de cenários tomaram também grande parte das discussões no segundo dia de trabalhos, inclusive com o debate em torno de posicionamentos estratégicos.

Subsídios técnicos
José Maria ponderou o papel institucional que as coordenadorias têm. “Muitas dessas propostas precisam de subsídios de vocês”, disse. “Estamos invertendo uma lógica de provocação dessas ações, e as coordenadorias têm um papel preponderante, na medida que serão requeridas pelo contexto dos temas, e, nesse sentido, foram divididas as demandas pelas 10 coordenadorias. Dessa forma, possibilitamos obter notas técnicas entre outras informações que nos permitam fazer as primeiras abordagens, se necessário até mesmo com os parlamentares, resguardando, porém, a evolução natural dentro do Confea, quando então seremos porta-vozes das decisões plenárias junto ao Legislativo ou ao Executivo”, acrescentou.

Já Walter Bittar ratificou que é preciso aproveitar a expertise das câmaras e das coordenadorias especializadas. “Temos o sistema DataPolicy, que separa as proposições por temas. A gente percebeu que tínhamos o problema da falta de manifestação técnica. Se não temos argumentos, estamos perdendo no jogo. A saída foi utilizar a nossa estrutura. Dividimos os projetos de lei pelas coordenadorias. E esse trabalho teve início. A Engenharia Química foi o Norte. Muitos coordenadores achavam nebuloso. Agora, a gente já tem um modelo. Da mesma forma como precisamos de subsídios técnicos, os Creas também vão precisar”, considerou Walter.

Denise Castro destacou que alguns projetos de lei ficam parados e de repente andam. “Por exemplo, o projeto de lei de pragas e vetores. Havia o lobby para a inserção dos técnicos agrícolas. E precisávamos nos posicionar com urgência. Acionamos o coordenador (nacional das câmaras especializadas de Engenharia Química) Marino Greco às nove horas da noite de uma quinta-feira. Em poucos dias, a câmara apresentou uma manifestação técnica de uma riqueza muito grande. Temos realmente o conhecimento técnico notório, o que falta às vezes é essa demonstração célere. Se não tivesse essa nota técnica, não teríamos argumentos, por mais que tivéssemos aliados políticos. Então, é uma parceria. A expertise está com vocês”, disse, elogiando a qualidade do material.

Coordenador Nacional das Câmaras Especializadas de Engenharia Química, Marino Greco
Coordenador Nacional das Câmaras Especializadas de Engenharia Química, Marino Greco


 “Obrigado por terem incluído as coordenadorias”, disse Marino. “A comunicação inicia por nós internamente. Até hoje eu levei a culpa pelo prazo. Trabalhamos no final de semana, mas foi muito prazeroso. A batalha ainda não está ganha”, disse, descrevendo ainda a tentativa de aproximação com outros conselhos profissionais. “Nós é que temos que agradecer. Sem essa nota técnica, a gente fica só no discurso. Com argumentos, temos muita possibilidade de êxito”, complementou Guilherme Cardozo. “Nossa expertise técnica está nas coordenadorias de câmaras”, ressaltou.
 
“Além das atribuições do Sistema, descrevemos a questão econômica, colocando evidências de que a inserção dos técnicos poderia impactar na economia do país”, acrescentou Denise.

Aplicações
Bittar destacou temas apresentados no I Enapar, em setembro do ano passado. De aspectos das relações institucionais e governamentais, ao entendimento dos assessores sobre o evento. “Nossa atuação é muito mais ampla do que saber as regras dos processos legislativos, envolve acompanhamento dos atos dos poderes Executivo e Legislativo; levantamento e monitoramento de proposições; negociação; produção de agenda legislativa setorial; mapeamento de stakeholders; marketing de relacionamento; avaliação e elaboração de perfil; informes e boletins informativos; comunicação estratégica institucional; suporte de conteúdo para assessoria de comunicação, além de aspectos da gestão de risco, como o gerenciamento de crise e a análise e previsão de cenários políticos e econômicos; o entendimento de quando não fazer”.

Mesa de abertura dos trabalhos do Encontro Nacional de Assessores Parlamentares do Sistema
Mesa de abertura dos trabalhos do Encontro Nacional de Assessores Parlamentares do Sistema


Para o assessor parlamentar, a rotina da assessoria parlamentar envolve aspectos como a análise de cenário, diferença das relações governamentais  do tráfico de influência e regras de compliance; institucionalização da assessoria parlamentar no organograma e estabelecimento de fluxo de processos; importância do Sistema Confea/Crea e Mútua; a visão dos profissionais; a ausência de reconhecimento do Sistema quanto à proteção à sociedade; ausência institucional em eventos com grande repercussão na mídia; atuação das bancadas de profissionais do Sistema; a atuação junto à Comunicação do Confea durante a votação da Medida Provisória 1040/2021.

Debates
O engenheiro civil Ricardo Soares, assessor parlamentar do Crea-MG, considera que o rito não é entender a tramitação legal, mas o posicionamento e quando é necessário fazer as interferências pontualmente. Outra questão levantada por ele é em relação ao relacionamento interpessoal. “Ele faz toda a diferença no processo. Temos bancadas constituídas em que você tem já uma força natural já consolidada. A meu entender, estamos formando uma força política inicialmente pelos relacionamentos pessoais. Alguns engenheiros são eleitos por atuações em outras áreas, e não pela engenharia em si, como temos agora profissionais pleiteando, o que é importante”, diz, exemplificando com a atuação durante a MP 1040.

Walter Bittar reconhece a importância das relações interpessoais, mas pondera que “o nosso trabalho não pode ser centrado na nossa dependência, e sim migrando para o Confea, para o Crea para termos uma entidade forte institucionalmente”.

Superintendente Crea-SC, o engenheiro civil Luiz Henrique Pellegrini comentou que mantém bom contato com os deputados e senadores. “O Café foi um excelente evento”, disse, parabenizando a assessoria parlamentar. “Realmente, profissionalizamos a assessoria parlamentar do Confea e são muito importantes esses eventos”.

Assessor especial do Crea-CE, José Luiz Lins dos Santos destacou o desconhecimento que o profissional tem do Sistema. “Muitas vezes reclamam de falta de ação do Sistema, mas não conhecem. Se a gente não trabalhar isso na Soea e no CNP, vai ser difícil mobilizar as novas gerações que estão proliferando em quantidade de profissionais, mas sem esse conhecimento”, disse, destacando uma cartilha desenvolvida pelo regional explicando a atuação do Crea.


Causas e narrativas

Ao falar sobre Relações Institucionais e Governamentais (RIG), o assessor parlamentar Walter Bittar pontuou estratégias que demandam atenção, como o tempo adequado para elaboração de briefing e construção de narrativa a partir da análise de cenário.

Durante a explanação, Bittar apresentou o conceito de grassroots lobbying, que consiste em identificar e fomentar uma causa a fim de angariar apoio popular e, assim, promover a empresa. “Qual a causa do Sistema, como trabalhar causas que vão além da atividade precípua?”, provocou, lembrando que o Programa Mulher é uma iniciativa alinhada a essa concepção, na medida em que dissemina narrativas de combate ao machismo no ambiente de trabalho. O tema também foi abordado no segundo dia de debates. “O Brasil precisa da regulamentação do lobby para entrar na OCDE. A depender de como for regulamentado, isso pode inviabilizar a assessoria parlamentar”, destacou Walter Bittar.

Atuação parlamentar do Confea por meio de programa de monitoramento eletrônico também foi apresentada aos participantes do Enapar
Atuação parlamentar do Confea por meio de programa de monitoramento eletrônico também foi apresentada aos participantes do Enapar

Plano de trabalho
Ainda no segundo dia da programação, o 2º Enapar promoveu debates em torno da elaboração do plano de trabalho conjunto das assessorias parlamentares do Sistema Confea/Crea. Antes, o assessor Walter Bittar conduziu a apresentação do sistema eletrônico DataPolicy, discorrendo sobre as adaptações promovidas pela assessoria às necessidades do Sistema e uso de palavras-chaves usadas para acompanhar os projetos de lei em tramitação no Congresso que atingem o Sistema Confea/Crea e Mútua. “O aprendizado vai depender de vocês e vai vir de uma forma muito natural”, comentou José Maria Soares.
“O DataPolicy mudou a forma de a gente se organizar até separarmos por coordenadorias, temas. Foi uma imposição natural”, acrescenta Bittar. 

Proposições
O 2º Encontro Nacional de Assessoria Parlamentares do Sistema Confea/Crea e Mútua teve continuidade com o debate e apresentação de algumas propostas de ações a serem implementadas para dar voz  às assessorias parlamentares em cada regional. Confira:

  •  A possibilidade de se institucionalizar a assessoria parlamentar nos Creas Regionais à semelhança do que está em curso na reforma administrativa (organograma) do Confea;
  • Permitir a realização de pelo menos duas reuniões presenciais por ano. Foi levantada a possibilidade de que uma reunião seja em um Encontro Nacional, e outra reunião no Encontro de Líderes, caso haja a continuidade do Café & Politica, com as assessorias parlamentares representando um papel importante na mobilização e apoio ao evento;
  • Complementarmente a estas duas reuniões, possibilitar a realização de ao menos duas reuniões itinerantes, aproveitando datas consagradas pelo Sistema, como os Colégios de Presidentes;
  • Aproveitar a próxima Semana Oficial da Engenharia e da Agronomia (Soea), em outubro, para realizar uma nova reunião, tendo em vista que uma boa parte dos assessores parlamentares presentes estarão lá e, assim, o encontro seja realizado em espaço próprio, sem exigência de número de assessores;
  • Solicitar à equipe de assessoria do Confea, por conta do Datapolicy, quando requerido pela assessoria parlamentar do Crea, o envio de projetos que estão sendo tramitados no Congresso Nacional e de autoria do(s) parlamentar(es) daquele estado, de modo que as assessorias estaduais possam realizar o trabalho em suas bases com os respectivos parlamentares;
  •  Inserir na página do Confea, temas que envolvam as pautas parlamentares e que estejam no radar do Sistema; 
  • Prever nos próximos eventos/encontros, um tempo para apresentação de cases das iniciativas dos Creas no seu Estado, voltados para a agenda parlamentar, como forma de evidenciar e estimular ações em outros Creas e oportunidade de troca de experiências e compartilhamento de informações.

Neste contexto de proposições, o assessor José Maria deixou claro que, embora elas sejam pertinentes, algumas delas requerem ser submetidas a procedimentos internos de validação (aprovação), na medida que envolvem questões orçamentárias, de planejamento e implementação, e que, “desde o início da integração das assessorias parlamentares dos Creas, não era intenção imputar mais custos aos mesmos, cujas assessorias seriam designadas no âmbito do seu corpo funcional. Na medida em que as ações parlamentares ganham corpo e protagonismo dentro do Sistema, passa a ser relevante o debate acerca destas proposições”.

Dia Internacional da Mulher na Engenharia
Na abertura da programação do segundo dia do Encontro, o Dia Internacional da Mulher na Engenharia foi lembrado. “Desistir não faz parte da mulher engenheira”, disse a presidente do Crea-RS, eng. amb. Nanci Walter, dizendo-se orgulhosa de participar do Comitê Gestor do Programa Mulher no Confea e parabenizando todas as mulheres do Sistema.

A assessora parlamentar Denise Castro considerou que o Sistema tem avançado muito na pauta de gênero por meio do Comitê Gestor do Programa Mulher, “rompendo paradigmas não só internamente, mas para mostrar à sociedade a importância da mulher na Engenharia, na Agronomia e nas Geociências, como protagonistas do desenvolvimento”, citando que existem vários projetos de lei para valorizar as ações das mulheres na Engenharia.

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Segundo ela, o tema envolve também questões sociais como o combate à violência contra a mulher e questões econômicas. “Estamos dispostos a contribuir com essas pautas que integram também a representatividade da mulher e o desenvolvimento”, disse, informando que há alguns meses foi solicitado por requerimento junto à deputada federal Tereza Neuma (PSDB-AL) a homenagem na Câmara dos Deputados para mostrar a importância das mulheres, com previsão de ser realizada em agosto. 

“Todos os Creas estão com programações voltadas ao Dia Internacional da Mulher na Engenharia”, comentou o coordenador do Colégio de Presidentes, eng. civ. Ulisses Filho, que agradeceu ao presidente licenciado do Confea, eng. civ. Joel Krüger, e ao plenário do Confea por terem pautado esse tema no Sistema.  “Dessa forma, a gente consegue ser mais forte, independente da questão de gênero para enobrecer a engenharia brasileira”, disse, sendo aquiescido pelo assessor José Maria Soares, que considera o Programa Mulher uma marca da gestão do presidente Joel. 

Já o coordenador nacional da Engenharia Química, Marino Greco, considerou que as mulheres sempre dominaram a sociedade. “O que se vê é a sua competência e a sua forma de trabalhar”, afirmou, dizendo-se honrado de representar as coordenadorias no Comitê Gestor este ano. “Sabemos o quanto falta para a gente ter a equidade de gênero, e a assessoria parlamentar é muito importante nesse sentido”.

Beatriz Craveiro, Henrique Nunes e Julianna Curado
Equipe de Comunicação do Confe
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