Por CREA-RN em 11/05/2018 às 02:31
Dando continuidade à proposta de capacitar os fiscais para que possam atuar com mais ênfase nas inúmeras atividades que devem ser exploradas pelo Conselho Regional de Engenharia e Agronomia e Engenharia do Rio Grande do Norte (Crea-RN), seis profissionais de fiscalização visitaram esta semana os complexos eólicos da região do Mato Grande. Desse total, quatro profissionais de fiscalização ainda não haviam visitado parques eólicos. A intenção do Crea-RN é que todos conheçam as áreas fiscalizadas pelo Conselho.
De acordo com a presidente do Crea-RN, Ana Adalgisa Dias Paulino, essa era uma reivindicação antiga dos fiscais. “É importante que todos estejam preparados para atuar em qualquer área”, ressaltou. Na região do Mato Grande a equipe visitou empreendimentos nos municípios de João Câmara, São Bento do Norte, Galinhos e Jardim de Angicos.
A equipe do Crea-RN visitou parques que já estão em operação, outros em fase de conclusão e um em que a obra está sendo iniciada. O grupo ainda pode visitar a subestação João Câmara III. No local os fiscais conversaram com os funcionários do quadro e com os terceirizados, ambos responsáveis pela manutenção dos equipamentos.
No Complexo Eólico Modelo I, município de João Câmara, os profissionais foram recebidos pelo técnico de operação e manutenção do parque, Cairo Régis, que aproveitou para elogiar a iniciativa. “Já recebi visita de Creas em outros estados, mas nenhuma delas com a intenção de conhecer como é realmente nosso funcionamento. É realmente um trabalho fantástico porque vocês precisam conhecer a estrutura antes de iniciar a fiscalização”, destacou Cairo.
A profissional de fiscalização do Crea-RN, Gislene Gouveia, lotada na sede do Crea-RN, disse que o aprendizado obtido nos parques eólicos foi muito bom. “Esse era realmente o objetivo da ação: qualificar os fiscais nesse tipo de atividade”, afirmou acrescentando a importância de alternar as áreas e atividades fiscalizadas por cada profissional.
Mesmo acostumado a fiscalizar os complexos eólicos, Marcos Germano, profissional de fiscalização lotado na Inspetoria Regional de Macau, ressaltou que as visitas foram bastante proveitosas, pois o fizeram entender de forma mais detalhada o próprio trabalho. “Adquirimos mais conhecimento sobre o que fiscalizamos. Essas visitas nos ajudaram a enxergar que há bem mais atividades de engenharia envolvidas em complexos eólicos do que simplesmente a energia elétrica”, garantiu.
Compromisso Social
A entrada e saída constante de carros no canteiro de obras demonstra: vem mais aerogeradores fazer parte da paisagem na região. Desta vez será na zona rural do munícipio de Jardim de Angicos. O Parque Eólico Boa Esperança I tem previsão de ser concluído em outubro deste ano. A pouco mais de 200 metros fica localizada a comunidade São José, onde residem algumas famílias que são diretamente afetadas durante a construção do parque.
Para minimizar os impactos causados pelas obras nas comunidades, as empresas investem no lado social. Como a maioria dos complexos eólicos está instalada em locais de difícil acesso, as empresas tentam reduzir as dificuldades dos moradores e instalam em muitas comunidades rurais reservatórios de água e outros benefícios para a população.
No caso da comunidade São José, os moradores serão beneficiados com um refeitório e um reservatório de água. O engenheiro Luiz Eduardo Ganhadeiro Guimarães, responsável técnico do projeto, explica que há uma interferência direta na vida dos moradores, especialmente durante o período de detonação de rocha. “Eles têm que sair de casa, levamos todo mundo para um espaço seguro, oferecemos alimentação…ou seja, eles saem totalmente da rotina”, detalhou.
Durante a visita aos complexos eólicos foi observada também a preocupação das empresas com a causa ambiental e segurança dos trabalhadores. As empresas apresentaram documentação referentes às atividades. “Um parque eólico é o local ideal para um fiscal ter ideia do trabalho dele como um todo porque aqui temos as mais diversas áreas da engenharia como ambiental, agronomia, elétrica, mecânica, civil, segurança do trabalho, entre outras”, ressaltou José Marcelino Júnior, gerente de Fiscalização do Crea-RN.