74ª Soea reúne profissionais da área tecnológica em Belém (PA)

Compartilhe

Por CREA-RN em 06/09/2017 às 05:02

Com o tema “A responsabilidade da Engenharia e da Agronomia para o desenvolvimento do País” foi aberta nesta terça-feira (8), a 74ª Semana Nacional de Engenharia e Agronomia (Soea), em Belém (PA). O destaque deste ano é para o cenário socioeconômico e ambiental. Até a próxima sexta-feira (11) outros assuntos ligados à engenharia e agronomia como recursos hídricos, tecnologia, inserção internacional e equidade de gêneros serão debatidos na Soea.

Aproximadamente três mil pessoas compareceram à cerimônia de abertura da Semana que está sendo realizado no Hangar Centro de Convenções e Feiras da Amazônia, em Belém (PA). Durante a abertura do evento, o presidente do Confea, engenheiro civil José Tadeu da Silva, ressaltou que a responsabilidade dos profissionais da área tecnológica “vai além de construir moradias e viadutos, implementar saneamento e produzir alimentos; é construir o progresso do país.


O anfitrião do evento, o presidente do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Pará (Crea-PA), engenheiro agrônomo Elias da Silva Lima, falou da importância de Belém para a região Norte e para o Brasil. “Belém se destacou no período áureo do comércio da borracha e hoje nós a transformamos na capital nacional da engenharia e da agronomia”. 


O aniversário de 40 anos da Mútua e os benefícios concedidos pela instituição aos profissionais da área tecnológica foram destaque no discurso do diretor-presidente da Caixa de Assistência dos Profissionais do Crea (Mútua), engenheiro civil Paulo Guimarães. “Não poderíamos ter ocasião melhor para comemorar o jubileu de Rubi da Mútua do que no maior evento da engenharia e da agronomia”, completou. 

http://www.confea.org.br/media/74soea_abertura_mutua.jpg

Representantes internacionais
A engenheira Maria Tereza Darlenz, representante da União Pan-americana de Associações de Engenheiros, ressaltou que a Semana de Engenharia e Agronomia é uma forma de transmitir conhecimento e tecnologia. “Agradeço ao presidente José Tadeu pela gentileza em viabilizar a participação da Upadi. Que tenhamos a partir deste evento mais conhecimento e que todos os objetivos sejam alcançados”, comentou. 


O presidente da Federação Mundial de Organizações de Engenharia (Fmoi), Jorge Spitalnik, aproveitou a oportunidade para apresentar aos presentes os trabalhos da entidade que representa os mais de 20 milhões de engenheiros em todo o mundo. “A Fmoi conta com o reconhecimento de parceiros como a Unesco, por firmar parcerias cooperações na área de ciência e tecnologia”, disse.


O dispositivo de honra da solenidade foi composto também pelo vice-presidente do Confea, engenheiro agrônomo Daniel Salati, pelos coordenadores do Colégio de Presidentes, engenheiro eletricista Modesto Ferreira dos Santos Filho, e do Colégio de Entidades Nacionais, engenheiro agrônomo Ângelo Petto Neto, pela coordenadora nacional de Câmaras Especializadas de engenharia civil, engenheira civil Alice Scholl, e o estudante de engenharia Jean Carlos Heringer.

Homenagens aos profissionais
O ponto alto da solenidade de abertura da 74ª Soea foi a homenagem aos profissionais. No total, 24 personalidades e três instituições de ensino foram homenageados com a entrega a Láurea ao Mérito como reconhecimento do Sistema àqueles que registraram seu nome na história do desenvolvimento do país. O engenheiro agrônomo Lourenço José Vieira da Silva, falou em nome de todos os homenageados. “Falar em nome de grandes profissionais é uma missão difícil, pois cada um deles contribuiu de uma forma diferente na construção da história engenharia. Porém, tenho a certeza de que consigo falar em nome de todos quando afirmo que neste momento dois sentimentos tomam conta dos nossos corações: felicidade e gratidão”. 


O trabalho de seleção dos homenageados é feito pela Comissão do Mérito, que neste ano tem como chanceler o conselheiro federal, engenheiro agrônomo Francisco Soares da Silva. Em seu discurso, o chanceler ressaltou o histórico do Sistema, cujo início início remete ao advento das primeiras escolas de fortificações instaladas no Brasil, seguido, na década de 1930, dos primeiros atos oficiais pela regulamentação das profissões da área tecnológica. “Hoje nos deparamos com esta enorme estrutura, dentro da qual os nossos homenageados são os verdadeiros heróis das nossas profissões”, concluiu. 


Em 2017, ao escolher os indicados para concorrer às honrarias do Sistema, a Comissão do Mérito adaptou seu trabalho às regras da Resolução 1085/2016, que introduziu novidades, como a inclusão da categoria Menção Honrosa para pessoa jurídica, pública ou privada, com ou sem fins lucrativos, que se soma às duas outras categorias já existentes, a Medalha do Mérito e o Livro do Mérito. Dos 54 indicados pelos conselhos regionais, foram escolhidos 27, sendo 12 reconhecidos com a Medalha do Mérito, outros 12 homenageados in memoriam com inscrição no Livro do Mérito, além das três instituições de ensino.

Homenagens especiais
A entrega das medalhas do Mérito e a inscrição no Livro do Mérito são promovidas todos os anos, durante as Semanas Oficiais da Engenharia e da Agronomia. Os homenageados são indicados por entidades de classe e por câmaras especializadas, entre outros fóruns. Em 2017, o Confea também fez suas indicações: foram as homenagens especiais, aprovadas pelo Plenário em abril deste ano.


Naturalizada brasileira, a engenheira agrônoma Ana Maria Primavesi – nascida na Áustria, em 1920 – é responsável direta por boa parte dos avanços sobre as ciências do solo e seu manejo. Antes de chegar ao Brasil, em 1946, Ana se doutorou em Cultura de Solos e Nutrição Vegetal, pela Universidade Agrícola de Viena, e se casou com o fazendeiro, diplomata e também doutor Artur Barão Primavesi, parceiro de vida e de pesquisas agronômicas.

http://www.confea.org.br/media/74soea_primavesi.jpg


Pesquisadora e fundadora da Associação da Agricultura Orgânica (AAO) – uma das primeiras associações de produtores orgânicos do Brasil -, a engenheira também foi professora da Universidade Federal de Santa Maria, onde ajudou a organizar o primeiro curso de pós-graduação em Agricultura Orgânica. Aos 96 anos, Ana Maria Primavesi continua espalhando o conhecimento sobre a necessidade de aliar agricultura e preservação ambiental.


Já o engenheiro civil Carlos Alberto Mineiro Aires, Bastonário da Ordem dos Engenheiros de Portugal (OEP), é reconhecido por sua contribuição com a mobilidade de profissionais entre Brasil e Portugal, por ter se dedicado em manter o Termo de Reciprocidade firmado entre a OEP e o Confea. O documento teve sua importância reconhecida pelo Itamaraty e pela Embaixada Portuguesa no Brasil, por seu caráter inovador no intercâmbio de conhecimento. A medida influencia no desenvolvimento socioeconômico, tecnológico e sustentável desses dois países. 


Carlos Aires tem um diversificado percurso profissional, em boa parte ligado a recursos hídricos e meio ambiente. Entre outros cargos, o engenheiro foi presidente do Conselho de Gerência do Metropolitano de Lisboa e da Comissão Nacional Portuguesa das Grandes Barragens, além de vice-presidente do Instituto da Água, de Portugal.


A instituição selecionada pelos conselheiros federais para receber o reconhecimento do Sistema Confea/Crea em 2017 foi a Esalq/USP. Criada em 1934, a Universidade de São Paulo participou diretamente das mudanças econômicas do país, sempre buscando intensamente a excelência do ensino da Engenharia e da Agronomia, e passou, inclusive, a integrar o seleto grupo de instituições de ensino de padrão mundial. Sua Escola de Agronomia, por exemplo (a Esalq – Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz), em 2016, ficou em quinto lugar, pelo terceiro ano consecutivo, no ranking US News and World Report, que avalia o desempenho da investigação acadêmica de instituições de mais de 60 países. Dividida em sete campi, cerca de 85 mil alunos – entre graduandos e pós-graduandos – frequentam a Universidade de São Paulo – responsável por 22% da produção científica brasileira.